E foi a útima noite..

Poder ouvir de novo a tua voz, fez com o que o meu coração me saltasse da boca para fora, e por mais estranho que pareça, ele não se conteu e falou sobre tudo, quem falava não era eu, porque eu não queria, não queria que soubesses que andei na ilusão, e que acreditava em ti. Ele fez-te as perguntas que tinham de ser feitas, respondes-te a todas, menos aquela que te deixou em silêncio durante alguns segundos. Eu senti que o teu coração também falava, ele confessou-me tantas coisas boas como más. Ele contou-me que tu gostavas mesmo de mim, assim como eu era, independentemente do meu feitio, da minha maneira de ser e até das minhas más respostas. Disse-me que ainda te lembravas dos nossos momentos, coisa que eu sou incapaz de esquecer e que vive em mim todos os dias. Ele disse-me que tinhas lutado por mim e que mais ninguém ia lutar de tal forma, dizias muita coisa e eu não queria saber. Ele confessou que demorou, mas que se esqueceu, esqueceu porque eu parecia não me importar, eu não conseguia dizer um “gosto de ti”, mas não era por não gostar, era pela minha insegurança. Custou-me ouvir quando ele estava cada vez mais á vontade para falar de tudo, o teu coração disse-me que abris-te os olhos, que agora estás bem, mas que o facto de dizeres que gostavas tanto de mim nunca foi um passatempo e tudo era verdadeiro, quando disse que te tinhas dedicado somente a mim fez-me sentir outra vez amada. No fim da conversa, o teu coração pensou que nada do que me disse me tivesse tocado, que eu era como aço puro. No fim, quando já eras tu a falar, disses-te que todo o tempo que perdes-te comigo foi bem perdido, e que o que disses-te fosse bom ou mau dirias de novo e não te arrependias. Fiquei “feliz”, por finalmente admitires que já tinhas alguém e que estavas bem com essa pessoa, quase chorei quando me disses-te que eu ia ser sempre “aquela”. Por um lado fiquei aliviada, agora não tenho nada a esconder, já sabes que eu sabia, admitis-te e já não á segredos entre nós. Queria-te poder dizer que tudo em ti é especial, e que ainda gosto muito de ti, mas faltou-me a coragem. Na nossa longa conversa que durou a noite inteira e se prolongou pela manhã aprendi que na vida nada dura para sempre, que por muito que gostasses de mim, o tempo ia passar e ias-te cansar de lutar para nada. Agora que te perdi como tu disses-te já nada á a fazer, espero que tenhas ficado com a ideia que ainda gosto de ti, e que não te vou esquecer tão cedo. Nunca mais me vou esquecer disto “Atirei-me de cabeça para ti e bati com ela no chão, vou querer saber agora Filipa? Agora estou bem obrigado. “ Eu sei que estás bem, também nunca te quis mal. Acabei por adormecer, duas horas depois quando acordei tinha uma fotografia deixada por ti, para que nunca te esquecesse. Mas afinal o que queres tu de mim? Foi apenas a única pergunta no qual ainda não obti a tua resposta...

E esta foi a noite que eu pensei nunca passar outra vez, da certeza porém tenho quase a certeza que foi a última. Deixas-te quase tudo claro. Quase...