terça-feira, 10 de junho de 2008

No meu refúgio.


No meu refúgio, eu sento-me, ouço uma música bem calma, que não sei de onde vem nem onde vai parar. Passado uns segundos dou por mim a pensar que ás vezes fazemos as maiores loucuras por amor, e que ás vezes não nos servem de nada, e não valem nada. No meu refúgio pensei também que ás vezes é preciso partir antes do tempo e dizer aquilo que se teme dizer, e acreditar num futuro incerto mas feliz, é preciso também esquecer tudo aquilo que se passou, ou relembrar com um sorriso nos lábios, sem lágrimas e dor. É preciso mudar tudo aquilo que parece não ter solução, começar do zero, bater com a porta e fugir, apanhar o último comboio, e não olhar para trás. Eu quero, o meu coração não quer, a minha memória relembra, eu choro, e a alma sufoca, as palavras desordenadas, os textos esquecidos num caderno velho e com as folhas rasgadas e perdidas, a tua voz, o teu andar, o teu sorriso que me faz chorar, o teu cheiro, a vontade de te querer ao meu lado, o jeito das tuas mãos, o teu cabelo que me fazia lembrar o sol, até depois de o pintares de uma cor contraditória, mas afinal o que fizeste ao meu coração, para eu me lembrar de tudo em ti? Tudo aquilo que eu via e não queria acreditar, toda a felicidade que me deste em pequenos momentos que todos os dias me vêm á memória, todas as palavras ditas, essa tua voz impossível de descrever, todas as vezes que me fizeste sonhar. Mas porquê que tudo acaba? Agora tenho de dar um passo em frente, fazer de conta que está tudo bem, e não mostrar a minha desilusão e tristeza, não imaginas o quão é difícil ter de passar por ti, enfrentar-te com um sorriso mas não te poder dizer uma única palavra, apenas posso ver, apreciar e sonhar, mas tudo sem me poder aproximar, tu és como o sol, eu sempre disse, afinal eu tinha razão, agora tenho essa mesma opinião mas em circunstancias diferentes, se eu me aproximar de ti, tu queimas-me e eu não sobrevivo, mas se estiver longe congelo como se estivesse nos pólos. O ideal é apenas te poder ver ao longe, e não criar ilusões. Todos podem ir embora no momento em que a dor é mais forte, até tu podes ir, quem eu tenho a certeza que não foge é o meu refúgio, ele sim está lá sempre que eu precisar, e lá espera por mim. Por tudo de bom que me fizeste passar e por todas as alegrias que me propusionas-te embora sendo tão poucas, e elas passassem a voar, eu AMO-TE, e não quero nunca que duvides disto. Agora fico por aqui, a ver e a pensar neste meu magnifico refugio.

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