As despedidas custam sempre

Nesta altura do ano ando sempre melancólica, não sei bem porquê, quer dizer até sei, deve ser por o ano estar quase acabar. Odeio a passagem de ano, odeio porque simplesmente odeio despedidas seja do que for, tornei-me uma pessoa mesmo frágil, (já o era, mas não tanto como agora), assim que começa a contagem decrescente para a meia noite entro num estado de nervosismo, não só dos preparativos como também da despedida do ano anterior. Em vez de estar feliz pelo novo ano que se avizinha, sinto-me triste, talvez não seja bem a palavra apropriada, mas é sempre aquele bichinho dentro de mim, começo-me a lembrar do que passei durante todo o ano, das pessoas que conheci, dos melhores e piores momentos etc, etc e etc.. É como se fosse uma passagem de imagens na minha cabeça, é isso que eu odeio, e depois é claro que com esta emoção toda me saí sempre uma lágrima ou outra. Mas afinal de contas é uma noite como outra qualquer, tenho de meter isso na minha cabeça, senão já sei que e vou estar outra vez a fazer um filme daqueles enormes á meia-noite. Ás vezes gostava de passar a noite de passagem de ano sozinha, apenas com o copo de champagne na mão, e a ouvir a minha doce melodia, apetecia-me estar comigo mesma, relembrar todas estas minhas memórias sozinha, para que ninguém me fizesse pergunta alguma, gostava de ir para cima de uma montanha e gritar bem alto pelo meu desejo. Mas afinal de contas a passagem de ano sozinha é um cenário triste a meu ver, enfim, enfim devaneios da minha mente que está mais para lá do que para cá.